Traçando caminhos para o bem viver
Por meio das visitas que as Guerreiras realizam nos povoados do entorno do território, elas começaram a perceber as inúmeras dificuldades que as pessoas vivenciam no seu dia a dia, com muitas famílias em desamparo, e que isso poderia ser um fator que desencadeia as invasões. E foi a partir dessas observações que as Guerreiras começaram a pensar de que forma poderiam ajudar a melhorar a qualidade de vida daquelas famílias.
E assim surgiu, em novembro de 2021, o projeto “Traçando Novos Caminhos para o Bem Viver”, fruto de parceria feita por meio da associação Wirazu com o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN) e a Rede de Filantropia para a Justiça Social (RFJS).
A iniciativa teve o objetivo de ofertar às famílias ou aos indivíduos desses povoados uma pequena linha de financiamento via microprojetos, para desenvolvimento de iniciativas produtivas como hortas, roças e frutíferas/quintais; reflorestamento/viveiros e pequenas criações de animais de pequeno porte. A iniciativa disponibilizou o valor de 2 mil reais para cada microprojeto selecionado.
Dessa forma, a ação se configura numa importante ajuda a essas comunidades para que desenvolvam suas atividades produtivas, ao mesmo tempo em que colaboram com a conservação ambiental e os meios de vida dos seus povoados e dos territórios indígenas. (ajustar para o passado) – O projeto fortaleceu as relações dos Guajajara com os moradores do entorno, promovendo um conhecimento mútuo das realidades dentro e fora do território.
Mãe D’Água
As Guerreiras da Floresta também são parceiras do projeto Mãe D’água, ao lado do coletivo de mulheres indígenas Wakoborũn (Munduruku) (PA) e da Organização das Mulheres Kumaruara (PA). Junto com a OSC Fórum da Amazônia Oriental (Faor), organização parceira da Aktionsgemeinschaft Solidarische Welt e.V. (ASW), as mulheres indígenas atuam no fortalecimento de ações coletivas contra o desmatamento e a poluição das águas, na vigilância dos seus territórios e na defesa dos seus direitos humanos e socioambientais.
Fortalecendo a cultura Tenetehar, promovendo a gestão territorial e ambiental na TI Caru
O trabalho das Guerreiras também recebeu um reforço a partir do apoio do Programa COPAÍBAS, por meio do projeto “Guerreiras da Floresta fortalecendo a cultura Tenetehar, promovendo a gestão territorial e ambiental na TI Caru”, que tem como objetivo fortalecer e ampliar a contribuição das Guerreiras da Floresta no monitoramento, proteção e conservação da floresta e de todas as formas de vida e ancestralidades, por meio de Gestão Territorial e Ambiental na Terra Indígena Caru. Para isso, o projeto busca aumentar as opções das Guerreiras da Floresta no monitoramento territorial em pontos estratégicos da TI; fomentar o diálogo entre diferentes povos sobre o papel das mulheres indígenas na gestão e preservação ambiental, além da valorização da identidade cultural; e fortalecer a atuação das Guerreiras da Floresta nas lideranças de projetos, como mecanismo de transformação social e de governança.
Como parte das ações do projeto, um grupo de dez Guerreiras viajaram até o Baixo Tapajós, em julho de 2023, para um intercâmbio cultural e de troca de experiências sobre a vigilância do território. Na expedição, as mulheres participaram de rodas de conversas, ajudaram na plantação de café e fizeram trilhas por locais sagrados da aldeia.
Além das expedições e intercâmbios, estão previstos ainda a realização de seminários, oficinas e capacitação para uso de sites e mídias sociais.
Protagonismo das mulheres indígenas Guajajara, estreitando laços e conscientizando o entorno; na defesa do território e da preservação ambiental; valorizando a identidade cultural e fortalecendo a luta dos povos do Maranhão.
